quinta-feira, 14 de abril de 2011

Diário de Bordo - 2 de abril de 2011

Acordamos cedo e saímos de Saipina, que fica no meio do caminho entre Sucre e Santa Cruz, seguindo pela acidentada estrada de terra em meio as montanhas cobertas de cactos gigantes e pequenas aves.
 

 Estrada Samaipata

Estrada Samaipata

 Estrada Samaipata

Estrada Samaipata

Este último trecho de estrada de terra vai até Palizada. Já na beira do asfalto que leva a Samaipata e antes de chegar lá, passamos na Vila de San Jose, finalizando o mais belo trecho da região e também onde se encontra o Jardim de Cactáceas de Pulquina, um santuário de vegetação excepcional, um tipo de caatinga super desenvolvido com muitas espécies de cactos e bromélias.
 



 Estrada Samaipata

Finalmente voltamos ao asfalto e seguimos rápido para Samaipata, onde visitaremos o Giovanni e a Sandra Guidetti, proprietários do Pueblito Resort, um hotel muito diferente e delicioso numa vila colonial cheia de atrativos naturais e históricos.
 

Samaipata é uma jóia rara, fica ao lado do Parque Nacional Amboró, um dos parques com maior biodiversidade do mundo. E nos arredores tem ainda o Forte de Samaipata, um Parque Arqueológico com muitas ruínas pré Incaicas e obras monumentais, ainda pouco conhecidas pelos turistas em geral.
 

Como estamos com pouco tempo, vamos deixar para visitar Samaipata em agosto, agora é só para dar um abraço no casal do El Pueblito e seguir direto a Santa Cruz que fica a 120 km de Samaipata.
 

Passamos por Samaipata e começamos a descer a serra. A chuva mansa fica grossa e enquanto passamos admirados pelas obras dos viadutos que atravessam o cânion do Rio Piray. Peço ao Hélio para parar um momento para que eu faça fotos das grandes obras, começo a fotografar de dentro do carro para não molhar a máquina e de repente uma avalanche de lama e pedras cai bem na frente do carro, ficamos estupefatos e enquanto pensamos sobre o que fazer, outra avalanche começa a cair atrás do carro, o Hélio pensa rápido, manobra e volta de ré evitando as pedras que rolam pra cima da gente. Conseguimos nos livrar dessa, mas a estrada fica bloqueada por horas e nós ficamos pensando na pressa que tínhamos e por causa dela não ficamos em Samaipata, e agora a pressa se foi e estamos aqui dentro do carro esperando a ajuda chegar.

 Obras Estrada Samaipata

Obras Estrada Samaipata

Desmoronamento estrada Samaipata

Depois de um bom tempo as máquinas chegam e removem a lama e pedras da estrada. Prosseguimos nossa viagem curtindo a paisagem dos paredões e vales, mas estamos tensos pois a chuva continua e novos desmoronamentos vão ocorrer com certeza.
 

 Desmoronamento estrada Samaipata

Desmoronamento estrada Samaipata

Passamos pela enorme Santa Cruz de La Sierra e seguimos direto em direção a estrada nova que vai até Corumbá (Brasil), ela é chamada de Corredor Bioceânico e liga o Brasil ao Oceano Pacífico.
 


Seguimos pelo asfalto novo em direção a San Jose de Chuiquitos e estamos felizes da vida pela facilidade da longa, plana e muito retilínea estrada quando na localidade de El Tinto uma placa sinalizando um desvio nos preocupa um pouco, sem alternativa, entramos no desvio ao cair da tarde e percorremos a noite cerca de 40 km infernais de terra, buracos, pedras e lama, muita lama. Felizmente aos poucos formamos um comboio liderado por um táxi que conhece bem o caminho e isso nos salva de ficarmos perdidos ou cairmos em alguma armadilha desta estrada em construção.
 

Depois de vencido este trecho, retornamos a estrada principal e chegamos a San jose. Vamos até a praça principal, em frente a Missão Jesuítica, e nos hospedamos rapidamente e aproveitamos a iluminação noturna para produzirmos boas fotos das edificações em pedra.
 

 San Jose de Chiquitos

 San Jose de Chiquitos

San Jose de Chiquitos

Amanhã teremos que percorrer outro longo trecho em direção a Mato Grosso.


Texto e fotos: Mario Friedlander

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